Hidrogel recupera discos intervertebrais lesados
Um novo biomaterial desenvolvido por investigadores portugueses pode devolver qualidade de vida a milhões de pessoas em todo mundo que sofrem de uma das causas mais comuns de dores nas costas, o desgaste dos discos intervertebrais (espécie de “amortecedores” entre as vértebras da coluna que distribuem as cargas e estão constantemente sobre pressão).
Embora já haja formas de reduzir os problemas provocados pelo desgaste destas estruturas, como fisioterapia, utilização de anti-inflamatórios, intervenções cirúrgicas para remoção do disco danificado ou fusão de vértebras, não há nenhum tratamento com uma abordagem regenerativa, como a que é proposta num trabalho científico do grupo 3B's (Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos-, da Universidade do Minho).
“O nosso biomaterial é focado na regeneração do núcleo polposo” e pode ser “introduzido no disco através de uma cirurgia”, revelou Miguel Oliveira, um dos investigadores envolvidos neste trabalho, cujos resultados foram publicados no “Journal of Tissue Engineering and Regenerative Medicine”.
Este biomaterial é um hidrogel formado a partir dos heteropolissacarídeos expelidos pela bactéria Pseudomonas elodea. Modificou-se o polissacarídeo para ser injetado no disco e ajudar à sua regeneração. Com o tempo, o biomaterial vai sendo biodegradado e substituído pelas células que existem no núcleo, além disso, pode ser combinado com células dos pacientes, ajudando-as a produzir a matriz do tecido.
A partir da mimetização da estrutura de um disco normal e com objetivo de aliviar dores, eliminar lesões e reformar a parte degenerada, Miguel Oliveira declarou que conseguiu desenvolver o hidrogel com propriedades mecânicas e fisicoquímicas iguais ao disco invertebrado humano. Além disso, a performance biológica do material é inovadora.
Atualmente ainda estão sendo feitos ensaios em animais, daqui a três ou quatro anos serão feitos em humanos e até agora, o material tem-se demonstrado eficaz, o que torna possível sua utilização no futuro.
Referência Bibliografica:
Disponível em : < http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49587&op=all > Acesso em: 21 nov.